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"Escravos" da fé
“Escravos” da fé

Rebeca, quando achou que tinha recebido a Bênção, descobriu que em seu ventre havia dois gêmeos que já brigavam, então ela disse: “Se é assim, para que viver”? (Gn 25:22).
Moisés, sentindo o peso do fardo que não era seu, disse: “Por que tratas tão mal a teu servo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de me impores o peso de todo este povo? Por acaso, fui eu que concebi ou dei à luz este povo, para que me digas: ‘Tome este povo nos braços, da maneira que a ama carrega a criança no colo, e leva-o para a terra que eu jurei dar aos pais deles?... Se é assim que me pretendes tratar, prefiro a morte! Concede-me esse favor, e eu não terei que passar por essa desgraça!” (Nm 11:11...).
Jeremias, sentindo o amargor da missão que pela qual não implorou, desse: ‘Maldito o dia que eu nasci. Que jamais seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz! Maldito o homem que levou a notícia a meu pai, dizendo: “nasceu um filho homem para você!”, enchendo-o de alegria. Que essa pessoa sofra igual às cidades que Deus destruiu sem compaixão; ... Por que não me fez morrer no ventre materno? Minha mãe teria sido a minha sepultura, e seu ventre estaria grávido para sempre! Por que saí do ventre materno? Só para ver tormentos e dores, e terminar meus dias na vergonha?’ (Jr 20:14-18).
Paulo, obrigado a mudar de ofício, disse: “Pelo que vejo, Deus reservou o último lugar para nós que somos apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte... Até agora passamos fome, sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados, e abençoamos; perseguidos, e suportamos; caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, o esterco do universo” (1 Co 4:8-13).
Não abale sua fé, se por alguma razão, venha achar, que Deus ou Cristo não lhe deu ouvidos.
Eu penso: ora, se eles que foram escolhidos para levar o nome de Deus à glória, chegaram a estas indignações, eu então... devo ser o joio depois da colheita; o refugo de um produto selecionado; aquilo que já é rejeitado pelos abutres... melhor: se Paulo chegou até os estercos, o que resta para definir o que posso ser? Mesmo assim, atrevo-me tentar provocar a misericórdia de Cristo, feito a mulher cananeia (Mt 15:22-28) que, por insistência, conseguiu ter a atenção d’Ele. Pois, já que está escrito que: “... É em Cristo que o véu desaparece” (2 Co 3:14_17), resta-me a esperança de ao menos, ser servido das migalhas que caem da mesa do Senhor.    
Josué Firmino
Enviado por Josué Firmino em 14/02/2013
Alterado em 13/11/2024


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr