Coisas do coração
Quando o coração desordena os sentimentos, e os sentimentos começam a confundir a mente, nos impelindo a desejos impulsivos, aí não tem jeito; é quase impossível se libertar da condição de refém. E quando isto acontece é porque, o alguém, por quem esses sentimentos faziam eriçar a pele, está perdendo ou já perdeu o encanto. E lutar pela contensão dos novos estímulos é quase sempre em vão.
Quando se diz: “o coração está dividido”, é apenas uma maneira de iludir a razão; na verdade ele já formou um novo vínculo, que vibra e te deixa trêmulo, feito uma presa diante do seu predador, quando se aproxima do fruto que ele, feito leviano, necessita morder.
Quando se diz: “não sei o que aconteceu”, é porque já é hora de dar ouvidos aos segredos do coração.
Quando se diz: “mas tudo mudou tão de repente”, é porque ainda não percebeu o quanto já foram desidratados os sentimentos anteriores e que aquela fonte secou, agora é em outra fonte, que quer matar a sede, o coração. Pois ele é sempre assim: revira por dentro e, sem aviso, se antecipa à razão.
E quando se diz: “que meus instintos não falhem”, você acaba de se “condenar” e de assumir o desejo de afagar a chama, no abraço da nova paixão.
Josué Firmino
Enviado por Josué Firmino em 26/01/2012
Alterado em 30/10/2024